
Terminei de ler o livro "Maias" de Eça de Queirós! Este escritor nasceu no distrito do Porto na Póvoa de Varzim!
Demorei cerca de 10 anos a ler (LOL)... Não desisti... Sou persistente... Esteve em diversas mesas de cabeceira ao longo de 10 anos ;)
As longas descrições sobre casas, paisagens e política são um tédio...
A descrição sobre os africanos espanta-me... "...encontrar lá pretos de chapéu alto...".
Gostei da descrição do Palácio de Cristal no Porto... Quem o visitou duvido que algum dia se esqueça...
A acção de "Os Maias" passa-se em Lisboa, na segunda metade do séc. XIX, e apresenta-nos a história de quatro gerações da família Maia.
A acção inicia-se quando Afonso da Maia, nobre e rico, se instala na casa do Ramalhete com o neto recém-formado em Medicina. Em Afonso da Maia não se lhe conhecem defeitos. Em jovem aderiu aos ideais do Liberalismo e foi obrigado, por seu pai, a sair de casa e a instalar-se em Inglaterra. Após o pai falecer regressa a Lisboa para casar com Maria Eduarda Runa, mas pouco tempo depois escolhe o exílio por razões de ordem política. Fruto deste casamento resultou apenas um filho, Pedro da Maia, que apresentava um temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade emocional. Afonso desejaria educá-lo à inglesa, mas Maria Eduarda, católica fervorosa, cujo fanatismo mais se exacerba ao viver em Inglaterra, país protestante, não o consente e Pedro é educado por um padre mandado vir de Lisboa. Pedro cresce, muito ligado à mãe e após a sua morte, ficou inconsolável,tem crises de melancolia negra recuperando apenas quando conhece uma mulher, extraordinariamente bela e vistosa, chamada Maria Monforte. Enamora-se dela e, apesar do seu pai não concordar, casa com ela, o que o afasta do convívio do pai. O jovem casal parte para Itália e inicia uma vida faustosa. Nascem-lhes dois filhos: Maria Eduarda e Carlos Eduardo. Pouco depois do nascimento do segundo filho, Maria Monforte apaixona-se por um italiano, visita da casa e, um dia, Pedro chega a casa e descobre que a mulher fugiu com o italiano, levando a filha. Desesperado, refugia-se em casa do pai, levando o filho, ainda bebé. Nessa mesma noite, depois de escrever ao pai uma longa carta, Pedro suicida-se com um tiro. Afonso da Maia dedica a sua vida ao neto a quem dá a educação inglesa, forte e austera, que em tempos sonhara para o filho. Passados alguns anos, Carlos contra a vontade de todos, excepto de seu avô, tornou-se médico (profissão que, ainda nos finais do século XIX, era considerada suja e indigna de um homem de bem), acaba por montar um luxuoso consultório e um laboratório, onde pretende dedicar-se à investigação... No nosso século ser médico é formidável! ;)
Após várias aventuras, um dia conhece uma mulher chamada Maria Eduarda e apaixona-se por ela, mas supõe-na casada com um cavalheiro brasileiro, Castro Gomes. Carlos e Maria tornam-se amantes. Carlos, com excepção da sua viagem no fim do curso, viveu sempre em Portugal, pensando que a sua irmã e a mãe tivessem morrido, e Maria Eduarda apenas se lembra de que teve uma irmãzinha, que morreu em Londres. Castro Gomes desagradado com os boatos de que sua «mulher» seria amante de Carlos revela a este que Maria não é sua esposa mas apenas uma senhora a quem ele paga para viver consigo. É assim que Carlos descobre que Maria lhe mentiu sobre o seu passado (Quantas "Marias" mentem por aí LOL). Ela conta-lhe o que sabe sobre a sua vida e ele perdoa-lhe (O amor é cego LOL)... Resolvem fugir, mas vão adiando o projecto, pois Carlos receia magoar o avô. Este, já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo, com o seu gato – Reverendo Bonifácio – aos pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país (Muitas pessoas falam com gatos...).
Afonso tem firmes princípios morais. Um tio de um amigo de Carlos, absolutamente por acaso, revela a Ega, o grande amigo de Carlos, que Maria é irmã de Carlos... Este livro surpreende o leitor ao relatar a paixão existente entre uma irmã e um irmão... Estas situações por vezes são mesmo inevitáveis e muitas histórias se contam sobre irmãos e irmãs... Concordei com a frase "Nunca sabe a gente quem mete em casa" (LOL)... Embora Ega seja cauteloso ao dar a notícia a Carlos, este tem um grande choque.
Afonso tem firmes princípios morais. Um tio de um amigo de Carlos, absolutamente por acaso, revela a Ega, o grande amigo de Carlos, que Maria é irmã de Carlos... Este livro surpreende o leitor ao relatar a paixão existente entre uma irmã e um irmão... Estas situações por vezes são mesmo inevitáveis e muitas histórias se contam sobre irmãos e irmãs... Concordei com a frase "Nunca sabe a gente quem mete em casa" (LOL)... Embora Ega seja cauteloso ao dar a notícia a Carlos, este tem um grande choque.
A linguagem de Ega ao longo do livro espanta-me usando frases como "Fez-me o efeito de haver um cabrão mais na cidade."... Óbvio que o escritor é tripeiro...
E pensar que na escola secundária exigiram-me a leitura deste livro!
Este livro é tão maçador que optei por ler resumos no século XX ;) e isso não impediu que tivesse uma excelente avaliação escolar... Carlos não consegue pensar em Maria como irmã e continua a ser seu amante. Ao descobrir a verdade, Afonso morre de uma apoplexia. Carlos e Maria separam-se. Carlos vai viver para Paris. O romance termina quando Carlos, anos passados, regressa a Lisboa de visita. O final é ambíguo, como o foi a acção de Carlos e João da Ega ao longo da narrativa: embora ambos afirmem que "não vale a pena correr para nada" e que tudo na vida é ilusão e sofrimento, acabam por correr desesperadamente para apanhar um transporte público que os leve a um jantar para o qual estão atrasados... ;)
Tens mesmo uma fixação pelos 10 anos. :-D
ResponderEliminarE não sei qual é a surpresa por causa da relação entre os irmãos.
O Incesto é o único jogo que toda a família pode jogar!
Jogar?! Brincar aos papás e ás mamãs! ;) É uma brincadeira saudável quando bem feita... Na biblia entre irmãos é bastante usual... As pessoas complicam ;) LOOOLLL Haja amor... Muito amor para dar... Que esbanjemooooossss para quem achamos que devemos esbanjar...
ResponderEliminarOi miga, também só consegui ler este livro à segunda mas adorei, é a maturidade da idade.
ResponderEliminarSe achas chocante a palavra "cabrão" depois empresto-te o "Trópico da capricórnio" de Henry Miller que agora estou a ler.
Faz corar as pedras da calçada...
Acho mais saudável brincar aos médicos. :-D
ResponderEliminarSe vais pela Biblía, então chegas à conclusão que a pedofilia não é crime, pois diz lá "Deixai vir a mim as criancinhas". E as pessoas só complicam porque são condicionadas pela sociedade a ser assim.
Quanto ao esbanjar amor, completamente de acordo, mas com quem merece e está disposta a aceitá-lo, porque sofrer por amores impossíveis, fica bem é nos livros e nas novelas.
Carlinha
ResponderEliminarFico á espera! Vais ter de me emprestar minha "biblioteca ambulante" ;)
Nuno
ResponderEliminarConcordo inteiramente contigo ;)
Se querem literatura "Erudita" então aconselho-vos o Mestre:
ResponderEliminarPOESIA ERÓTICA E SATÍRICA DE MANUEL MARIA DU BOCAGE!
Boas leituras
Nuno
ResponderEliminarBocage nasceu em Setúbal logo é imparcial!
Daaah!
ResponderEliminarE o Henry Miller nasceu em Lisboa?
Em sonhos acredito que sim ;)
ResponderEliminarLisboa é um sonho.
Metes a colher em conversa de gajas... Looollll
Eu sabia que por um obscuro motivo qualquer, a culpa havia de ser minha!
ResponderEliminarNão compreendo as vossas quesílias sobre a naturalidade dos escritores.
ResponderEliminarApenas me estava a referir a um escritor que chama as coisas pelos verdadeiros nomes... ;-)
Não interessa de onde são, mas sim o que escrevem.
Vou ler qualquer coisa do Bocage para averiguar :-D
Gosto de Bocage! ;)
ResponderEliminar"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
passou vida folgada, e milagrosa;
comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."
"Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta dum soldado;
Cleópatra por puta alcança a c’roa;
Tu, Lucrecia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que ainda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiqueis pois, oh Nise, duvidosa
Que isto de virgo é honra é tudo peta."
"Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Mas ver cagar, contudo, a formosura,
Mete nojo à vontade mais gulosa!"
"Assim, assim... menina, mais depressa!...
Eu me venho... ai Jesus!... vem-te comigo!"
Finalmente alguém que me compreende! Obrigado Carla.
ResponderEliminarE Senhora Dona Beta, eu só aconselho coisas boas às minhas amigas...
Looolll ;)
ResponderEliminarNuno, não tens nada que agradecer ;-)
ResponderEliminarPela amostra que a querida "Beta" disponibilizou, devo gostar do tom irónico do Bocage.
Que bom chamarem-me querida ;)
ResponderEliminarEstou-me a babar...